sábado, junho 12, 2010

Crônica 02


(foto: web - "Pelé", 1958)

A COPA DO MUNDO É NOSSA?

“A Taça do Mundo É Nossa!” trata-se de uma canção de autoria dos compositores Maugeri (Neto e Sobrinho) homenageando a Seleção Brasileira, seus jogadores, todos os brasileiros, o Brasil, então vencedor (pela primeira vez) da Copa do Mundo FIFA de 1958, na Suécia (o troféu conquistado, tratava-se de uma taça em ouro). Essa frase também se tornou a expressão da vitória nacional, e marcou a abertura dos novos horizontes do nosso futebol. Orgulhosos, que eram os brasileiros, gritavam essa frase com toda a força que tinham e por todos os cantos do mundo.

Pelé, Vavá, Zito, Mazzolla, Garrincha, Bellini, Didi, Gilmar, Zagallo, entre outros, foram os protagonistas que integraram a esquadra de heróis que sagrou e iniciou o Brasil como Campeão Mundial, introduzindo-o na elite das Grandes Seleções de Futebol. A partir de então, os “Canarinhos” tornaram-se favoritos a conquistarem os títulos que se seguiram, consagrando-se Pentacampeões no Mundial de Futebol de 2002.

Nós não exportávamos nosso “know-how” futebolístico como hoje, muito menos nossos ídolos. Tínhamos nossos próprios segredos, táticas só nossas, além daquela “raça” tipicamente brasileira. Com toda a certeza, isso contribuiu para estarmos onde estávamos, para sermos quem éramos, para acreditarmos que poderíamos nos apoderar dignamente de qualquer Taça, Xícara, Caneca ou Copa (todas traduzidas por “cup”, em inglês) que aparecessem.

Como efeito da atual e crescente globalização, aliada ao cada vez maior crescimento populacional e à consequente miséria humana, vem ocorrendo (desde algumas décadas passadas) o também crescente êxodo de nossos atletas e profissionais do futebol. Eles racionalmente buscam uma “vida melhor”. Melhor no sentido de conforto e de posses. Uma vida as vezes não tão digna, não tão sonhada, mas certamente em melhores condições de sobrevivência do que a que teriam se ficassem aqui no País.

Nessa realidade, fica difícil de saber se seremos campeões. Hoje não mais pertencemos ao pequeno grupo de favoritos. Apenas sabemos que temos um bom time e que podemos vencer, assim como também podem sair vencedoras uma boa quantidade das outras Seleções adversárias participantes do atual campeonato mundial. Já não possuímos nossas manhas e estratégias exclusivamente brasileiras, elas são universais. Não mais fabricamos os ídolos de outrora. Temos excelentes jogadores, também universais, mas que nem de longe se parecem com os grandes mitos que já construímos e idolatramos.

Estamos na Copa do Mundo FIFA de 2010, na África do Sul. Talvez não tão convictos de se conquistar o título mundial como em décadas anteriores. Esperançosos, mas não convictos. Que a Taça do Mundo seja nossa, mais uma vez!

(texto: Mario Gordilho)

Música: "A Taça do Mundo É Nossa - Remix" - de Wagner Maugeri, Lauro Müller, Maugeri Sobrinho e Victor Dagô, por Ivo Meirelles (2002)

Um comentário:

Fabio Romero disse...

Show de bola ! A crônica e a música !