quarta-feira, setembro 26, 2012

Poema 77




MONSTROS DO LAGO NEGRO



Não é lago,

É lado!

Lado negro...

Expressei-me errado!



Mas se me perguntam

Desse lado...

Por que tão negro?

Sensações de melancolia,

Os monstros,

Tornam-no assim...



Solidão, perdas,

Frustrações,

Impotência diante da vida...

Ninguém está preparado

Pra perder

Alguém amado,

Um bem estimado,

Um status conquistado...

Ninguém!



Daí eles começam a surgir

Do tal lago... Ops! Do tal lado

O negro que preenche parte

De todo nosso ser...



Confundo-me entre o lado e o lago,

Mas se tratam de um só...

Tais monstros impiedosos

Podem transformar-nos

Num verdadeiro lago de lágrimas...



E a saída?

Como atravessarmos um lago negro?

Como superarmos o lado negro

Se na escuridão mal enxergamos

O lodo do fundo que nos puxa

Ou as pedras do percurso que nos

Bloqueiam?



A luz! Ela estará sempre lá...

No dia seguinte,

Ou num certo altar,

Sigamos a luz sem olhar pra trás

Enquanto o nosso lago ou lado

Estiver turvo...



Logo tudo vai se clareando...

Esses monstros fantasmas

Desaparecerão,

E não mais seremos um lago

Ou um lado negro,

Mas um todo cristalino...



Atente-se!

Desaparecer não é aniquilar!

Eles podem voltar,

Os monstros, o lado e o lago negro,

Mas a luz estará sempre lá...



(texto e foto: Mario Gordilho)


Música: "Every Time We Say Goodbye" - de Cole Porter, por Ella Fitzgerald (1965)


Um comentário:

sabedoria interior disse...

É verdade Mário ,esse lago negro,tanto fazlado lago,o que importa é sempre olhar p/frente,e parar de pensar muito se nao a coisa que nao precisa ser lago ou lado,fica preta do mesmo jeito,isso faz parte de varias vidas inclusive da minha,,sinto sempre a sua sensibilidade,é isso,concerteza que te fez poeta,te desejo tudo de bom na sua jornada!bjos no seu coração.