quarta-feira, maio 07, 2014

Poema 85




SINTAXÉ

Mininu!
Oxente?!
Cadê você, nego?!
Aff Maria! Que demora da peste!
A dona Teresa chegô pá pegá a rôpa dela!
Desça logo aqui imbaxo
Pá botá a trôxa nu carro dela!
Cê sabe queu num posso pegá peso!
Arlysson, cê taí?!

Ô, coisinha!
Sua mãe tá milhó?
Quano aparece aqui incasa
Pá eu fazê um trabáio pá ela?
Vai ficá nova infolha...
Oxi!?
Ó paéla?!
Qui osadia!
Toda cheia de sim, quinem mi respondi...
Tipática!
Jussyani, cê tai?!

Ô, mulé, nenti conto!
Onti fui nu caruru na casa daquela fulana
Aquela lá da Barroquinha...
Cê sabe, a fraca dos miolo...
Daí uma véia passô mal lá
Caiu nu chão toda derramada...
Foi um acode-acode danado...
Pá mim não foi derrame nada, foi é chilique da véia...
Ô será disconti de Deus? Vexame pá dona da casa...
Também a mulé fala quinem a nega-dum-leite?!
Foi pôco!
Jussyani, cê taí?!

Mininu!
Ó paísso!?
Qui apurrinhação!?
Tô aqui com Dona Teresa tinsperano até agora
Pá intregá a rôpa dela!
E tenho que cuidá dá minha vida!
E tô cheia de rôpa pá lavá!
E nada di você, peste!
Arlysson, cê taí?!

Que miséra!
Ai, minha Santa!
Mi discupa, Dona Teresa...
E eu aína com pobrema de junta...
Junta tudo!
Valême, Deus!
Mininu!

(texto e foto: Mario Gordilho)